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Prefeitura Municipal de Santo Antônio da Patrulha

Prefeito em defesa da classe arrozeira

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15/12/2011

O prefeito de Santo Antônio da Patrulha Daiçon Maciel da Silva se pronunciou a favor da cultura do arroz durante Audiência Pública realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do RS para debater uma solução emergencial para o Rio do Sinos.

A reunião aconteceu na manhã de segunda-feira (12/12)foi proposta pela deputada Ana Affonso (PT), e a sessão foi presidida pelo deputado Jurandir Maciel (PTB). “Não estamos realizando esta audiência para buscar culpados, mas para estudarmos soluções para o problema que é grave. O abastecimento e o meio ambiente têm que ser prioridades, porém não podemos colocar toda a culpa nos arrozeiros. E o pior é que chegamos a mais um ano tentando atacar um problema que é previsível”, declarou Ana Affonso.

Além de uma representação forte da classe arrozeira de Antônio da Patrulha e região, o evento contou com a participação de membros de diversas entidades ligadas ao tema, como Consórcio Pró Sinos, Comitêsinos, Governo do Estado (Fepam, SEMA e Se. de Habitação e Saneamento), IRGA, Farsul, Federarroz, Ministério Público, deputados estaduais, entre outros.

Para o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual, Alexandre Saltz, o problema não é novo e já foi discutido da mesma forma, em audiência pública, em 2006, quando da mortandade de peixes no Sinos. “Se não fizermos algo vamos discutir o problema no próximo ano, e em 2013, 2014, sem que nada seja feito de efetivo. Já temos o diagnóstico dos problemas, como por exemplo, a falta de fiscalização. Os comitês de bacia hidrográfica, que é o espaço democrático para estas discussões, têm que voltar a ser valorizados, e atualmente não vêm sendo ouvidos”, denunciou Saltz.

O presidente da Federarroz, Ranato Rocha defendeu ações preventivas como a criação de açudes e barragens que minimizem os problemas, tanto para as plantações como para o abastecimento. Rocha também apresentou argumentos que, segundo a visão da Federarroz, demonstram que os impactos do plantio do arroz estão sendo maximizados. “A população aumentou mais de 200% da década de 1970 até agora, enquanto isso as técnicas de plantio avançaram muito. Atualmente a região produz em quatro mil hectares 28,8 mil toneladas com apenas 70 produtores. Com novas técnicas estamos economizando 50% de água e aumentando a produtividade na mesma escala. Sem falar que apenas 13% da água fica no grão, o resto volta para o ambiente, seja por drenagem dos canais, evaporação ou infiltração”, explicou Rocha.

Daiçon disse que “é impossível ignorar o problema que o Sinos e, consequentemente, os municípios da parte média e baixa vêm enfrentando com a estiagem, mas de forma alguma podemos penalizar exclusivamente os arrozeiros por isso.É necessário adotarmos uma medida coletiva para o uso da água, não só por parte dos agricultores e indústrias, mas também pela população”, afirmou. Ele estranhou a ausência dos vereadores de seu município na Audiência. Na sexta-feira (09/12) alguns produtores estiveram em seu gabinete, em audiência marcada pelo presidente do Legislativo, acompanhado de outros vereadores. O prefeito também declarou que não apoia a retirada da água do rio sem outorga, ocorrência denunciada pelo presidente do  Pró-Sinos, prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi.

Ao final da audiência ficou acordado entre as partes a busca de soluções conjuntas que não prejudiquem as pessoas e que mantenham a economia das cidades sem perdas. Um comitê deverá ser formado, com o apoio do Governo do Estado para tratar da questão de com urgência. Estudo de novas culturas agrícolas, programas de conscientização, mais fiscalização, programas preventivos para acumulação de água em épocas de cheias, como barragens e açudes, foram apontados como soluções.

O prefeito Daiçon foi convidado a participar das futuras discussões sobre o assunto e disse que vai estar atento e não apoiará qualquer iniciativa que coloque os arrozeiros como os “vilões da história”.

Também acompanharam a audiência o secretário da Agricultura e Meio Ambiente, Ivo Roberto de Paula e os representantes patrulhenses da Farsul, Federarroz e Sindicato Rural, bem como os servidores municipais membros do Comitesinos.

Fonte: ACS-PMSAP

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