18/01/2012
Na opinião dos arrozeiros do Litoral Norte, responsáveis por significativa fatia do PIB e do retorno de ICMS de diversos municípios da região, o rio serve a todos os segmentos que fazem bom uso de seus recursos. Especialmente quando este lhe devolve a água em melhores condições que captou.
Lideranças como o presidente da Câmara vereador João Luiz Moreira da Silva, ao representante da Federarroz Luiz Carlos Machado, o técnico Flademir Schmith da Emater e o chefe do escritório regional do IRGA, engenheiro agrônomo José Galego Tronchoni também usaram da palavra defendendo o direito do produtor de tentar continuar plantando às suas margens.
ORIZICULTURA
Lembra o presidente da Associação dos Arrozeiros que a orizicultura está inserida nas várzeas do Rio dos Sinos há 110 anos. “E nos últimos cinco, utiliza tecnologias para racionalizar água e aumentar a produtividade, num investimento de R$ 1,7 mil por hectare de lavoura em sistematização de solos e equipamentos que reduzem a 50% o consumo”. Acrescenta Zuênio Thomazi ter sido esse o único setor a investir tanto e tomar atitudes para reduzir o uso de água e colaborar para que a vazão do rio sirva com maior eficiência à crescente demanda da população regional.
“Devemos elogiar o trabalho realizado pela Corsan, inclusive socorrendo municípios vizinhos com abastecimento de água tratada, que até o momento (11 de janeiro de 2012) não gerou problema algum aos pontos de captação no Vale dos Sinos. Isso porque a empresa fez investimentos antecipados e planejamento estratégico, preparando-se para o verão com previsão de estiagem”.
O dirigente arrozeiro também parabeniza o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos por sua conduta até o momento, como fórum legítimo de discussão técnica entre os usuários do manancial. Estudo do Irga mostra que se o Rio do Sinos baixa à vazão de 16 metros cúbicos por segundo, a captação das companhias de abastecimento, lavouras de arroz e indústrias consome sete metros cúbicos por segundo, restando nove metros/s para desaguar no Guaíba. “Essa vazão não consegue arrastar o volume de esgotos e resíduos industriais não tratados jogados no rio. E isso, sim, é um alto risco para a mortandade de peixes e à saúde humana. A lavoura de arroz não mata os peixes! Pelo contrário, oferece a eles um refúgio para reprodução, e os devolve ao manancial para completarem o seu ciclo de vida”.
Thomazi deixa claro que os arrozeiros “sabem a exata dimensão de seus direitos e têm argumentos técnicos que embasam suas afirmações. Algo que falta a quem quer acabar com a lavoura. Ao invés de acusações que desviam o foco do problema, é preciso neste momento unir esforços entre os atores deste processo para buscar recursos e meios que resolvam definitivamente este problema”. Caso contrário, na próxima estiagem teremos problemas ainda maiores, pois a demanda pela água e as populações da região metropolitana continuam crescendo, finaliza.
Fonte: ACS-PMSAP